Redes sociais no trabalho: proibir ou liberar?


Descrever o poder das redes sociais é quase desnecessário. A não ser pelo fato de que elas sejam talvez ainda maiores do que você pensa. De acordo com a “Pesquisa Brasileira de Mídias – 2015”, feita pelo Secom, as três mídias sociais mais usadas no Brasil – Facebook, WhatsApp e YouTube – já contabilizam, respectivamente, 83 milhões, 38 milhões e 17 milhões de usuários brasileiros. Imagine agora os números globais.
 
São valores que empresa alguma pode ignorar.
 
O fato é que os funcionários querem ter a possibilidade de usar as redes sociais no trabalho. Não necessariamente para “matar tempo” (embora alguns possam desejá-lo), mas para aliviar a tensão entre uma atividade e outra.
 
Entretanto, os gestores ficam com uma pulga atrás da orelha quando pensam em como essa expansão frenética da social media impacta o seu negócio no dia-a-dia de escritório. “Se eu proibir as mídias sociais, meus colaboradores podem ficar insatisfeitos. Mas pelo menos serão mais produtivo por não desperdiçarem tempo com essas besteiras” é o raciocínio de alguns.
 
Na cabeça deles, existe uma gangorra, um trade-off inexorável entre satisfação e produtividade no que diz respeito a redes sociais. Mas será que funciona desse jeito mesmo?
 
Segundo o professor David Purdy, da Universidade de Nova York, empresas que ditam o que os colaboradores podem e não podem fazer acabam minando o engajamento de funcionários. E ambientes desengajadores tornam as pessoas improdutivas.
 
Por incrível que pareça, estatísticas acusam que LinkedIn, Pinterest, Facebook e afins podem, de fato, aumentar a produtividade:
 
46% dos entrevistados em uma pesquisa conduzida pela PEW Research afirmaram se considerar mais produtivas se tiverem internet e celulares liberados no escritório. Esse fenômeno acontece, de acordo com Purdy, porque as pessoas precisam respirar em meio à profusão de afazeres profissionais se quiserem se manter produtivas durante as atividades – e passar por fotos de cachorros ou pratos saudáveis no Instagram é uma das formas de fazê-lo.
 
Um outro estudo, dessa vez elaborado pela The Muse, concluiu que os empregados mais produtivos são aqueles que dividem, conscientemente ou não, seu dia profissional em blocos de 52 minutos de labuta e 17 minutos de descanso. E qual forma mais eficaz de usufruir desses 17 minutos do que se divertindo em alguma rede social?
 
Além da questão da produtividade, o uso de redes socais no trabalho pode potencializar a comunicação interna. O feed de notícias dessas plataformas pode atuar como um eficaz e divertido canal de comunicação interna que roda durante todo o dia. Por meio dele, colaboradores e gestores têm a possibilidade de se comunicar entre si, formando uma comunidade online da empresa e aproximando profissionais que outrora podiam se sentir distantes por questões hierárquicas ou departamentais.
 
Scott Heydt, CFO da VaynerMedia, atesta que a comunicação interna por meio do feed em rede social engaja os funcionários. Para o gestor, essa prática permite que ele tenha uma boa visão geral do que está acontecendo na empresa.
 
Mas nem tudo é um mar infinito de rosas. É claro que se o uso de mídias sociais durante o expediente for entregue ao deus-dará, haverá resultados negativos. Então, é importante que a empresa formalize uma política de redes sociais com regras bem delimitadas.
 
Como criar essa diretriz oficial sobre o uso de redes sociais no trabalho?
 
1. Deixe claro a todos os profissionais, tanto os atuais como os novos, que o uso é liberado em todos os terminais.
 
2. Enfatize que não haverá restrições em relação à quantidade de uso, a não ser que o desempenho do profissional esteja, comprovado por números, decaindo.
 
3. Estimule a rede social como instrumento de comunicação interna entre chefes e subordinados e entre profissionais de diferentes departamentos que estejam envolvidos em um mesmo projeto.
 
4. Alerte o colaborador sobre os riscos de se publicar conteúdo muito pessoal na rede social usada como canal de comunicação interna: uma vez que todos da empresa podem visualizar seu perfil, o funcionários não mais está isento das mensagens que compartilha na plataforma.
 
5. Aproveite os mais diversos canais de comunicação internos para divulgar as diretrizes: e-mail, cartazes, intranet, jornal interno, etc.
 
Como evitar que as redes sociais interfiram na produtividade dos funcionários:
 
Existe mais um cuidado a ser tomado em relação ao modo como conciliamos o trabalho e a rede social. É comprovado cientificamente que o ser humano não é multitarefa: se você acha que consegue, ao mesmo tempo, dialogar com seu amigo no inbox do Facebook e escrever aquele relatório para a reunião depois do almoço, saiba que na verdade seu cérebro está mudando freneticamente o seu foco de atenção de uma tarefa à outra, pois ele não é capaz de se concentrar em mais de uma coisa por vez.
 
Como o multitask é uma ilusão, o ideal é usar as redes sociais no trabalho em blocos de minutos dedicados exclusivamente a ela. O mesmo deve ser aplicado, claro, aos blocos de minutos trabalhados.
 
Para comprovar a tese, o professor de computação Stoney Brooks, da Middle Tennessee State University, juntou alunos de Administração em uma sala de computadores e pediu que eles assistissem a um vídeo de 15 minutos de duração.Cada computador tinha um navegador com várias abas abertas – dentre elas a aba com o vídeo e outras com redes sociais (as quais podiam ser usadas livremente). Todos os participantes foram monitorados para que os pesquisadores vissem como eles se comportavam ao longo do experimento.
 
Ao término da exibição do vídeo, todos foram submetidos a um teste com perguntas sobre o que tinham visto.
 
O resultado? Aqueles que entraram menos vezes nas abas com outros sites que não o do vídeo se saíram melhor do que os outros.
 
Portanto, libere as redes sociais. Mas libere com parcimônia.
 
Convenia.com
 
 
Para uma categoria profissional a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado.

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