ENTENDENDO O CHOQUE – DDS.


Um questionamento comum dos profissionais de SST é referente ao risco produzido por um choque elétrico.
 
Qual a tensão que pode resultar em morte?
 
Partindo da premissa de que os efeitos danosos ao organismo humano são provocados pela corrente e que esta, pela Lei de Ohm (I = V/R, onde I = corrente, V = tensão, e R= resistência), é tanto maior quanto maior for a tensão, podemos concluir que os efeitos do choque são mais graves à medida que a tensão aumenta.
 
Pela mesma Lei de Ohm, quanto menor a resistência do circuito, maior a corrente.
 
Portanto concluímos que não existem valores de tensões que não sejam perigosos.
 
Para condições normais de influências externas, considera-se perigosa uma tensão superior a 50 Volts, em corrente alternada e 120 Volts em corrente continua, fato este ratificado pelo item 10.6.1 da NR-10: ”As intervenções em instalações elétricas com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts em corrente contínua somente podem ser realizadas por trabalhadores habilitados, capacitados ou qualificados”.
 
O corpo humano possui em média uma resistência na faixa de 1300 a 3000 Ohms. Assim uma tensão de contato no valor de 220V (quadro geral de distribuição e painéis de distribuição), se considerarmos a resistência do corpo humano com o valor máximo (3000 Ohms), resultará numa corrente de I = 220 /3000 = 73,30 mA; se considerarmos o valor médio da resistência do corpo humano (1300 ohms) resultará em uma corrente de: I = 220 /1300 = 169,20 mA.
 
As perturbações produzidas pelo choque elétrico dependem da intensidade da corrente que atravessa o corpo humano, e não da tensão do circuito responsável por essa corrente.
 
Para as frequências industriais (50 - 60 Hz), desde que a intensidade não exceda o valor de 09 mA, o choque não produz alterações de consequências graves.
 
Quando a corrente ultrapassa 09 mA, as contrações musculares tornam-se mais violentas e podem chegar ao ponto de impedir que a vítima se liberte do contato com o circuito.
 
Se a zona torácica for atingida poderá ocorrer asfixia e morte aparente, caso em que a vítima morre se não for socorrida a tempo.
 
Correntes maiores que 20 mA são muito perigosas, mesmo quando atuam durante curto espaço de tempo.
 
As correntes da ordem de 100 mA, quando atingem a zona do coração, produzem fibrilação ventricular em apenas 2 ou 3 segundos, e a morte é praticamente certa.
 
Correntes de alguns Ampéres, além de asfixia pela paralisação do sistema nervoso, produzem queimaduras extremamente graves, com necrose dos tecidos; nesta faixa de corrente não é possível o salvamento, e a morte é instantânea.
 
Pelos motivos explanados acima, conclui-se que todo cuidado é pouco quando se trabalha com eletricidade.
 
 
Guilherme José Abtibol Caliri – O Segurito.
 
 
 
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