CNPq reconhece segurança contra incêndio como área de conhecimento.
Avanços significativos no desenvolvimento da área no Brasil foram registrados durante a última reunião da Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio, realizada em Brasília.
No dia 07 de julho, durante a reunião da Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio, realizada no Congresso Nacional, em Brasília, a Diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), Adriana Maria Tonini, confirmou a inclusão da “Segurança Contra Incêndio” como área de conhecimento, reconhecida e validada pela organização que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
A decisão é uma conquista significativa que vem sendo liderada pelo Conselho Consultivo da Frente Parlamentar e resultado de um trabalho de vários anos. “A inclusão da Segurança Contra Incêndio como área do conhecimento reconhecida pelas autoridades governamentais vai contribuir com o desenvolvimento de pesquisas e geração de conhecimento no setor”, defende o coordenador do grupo, Marcelo Lima.
O pesquisador e tenente-coronel do Corpo de Bombeiro do Distrito Federal, George Cajaty, que integra o grupo que estruturou o projeto reconhecido pelo CNPq, disse que a inserção da segurança contra incêndio como campo do conhecimento “é um ponto de mudança para a pesquisa do setor no país”. “Só a partir de agora será possível aplicar e desenvolver projetos deste tipo e a decisão será grande influência para outros órgãos, como o CAPEs (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o próprio MEC (Ministério da Educação e Cultura)”, complementa.
Dayse Duarte, PhD em Segurança Contra Incêndio e professora da Universidade Federal de Pernambuco, ressalta que a decisão também beneficia pesquisadores que publicam artigos científicos que não eram reconhecidos por programas de pós-graduação. Segundo ela, o benefício se estende a profissionais como ela que estudaram o tema no Exterior e não tiveram seus diplomas reconhecidos no Brasil.
O Grupo de Trabalho da Frente Parlamentar tem uma proposta de currículo esperado para a formação de profissionais do ramo de segurança contra incêndio. O objetivo é formar engenheiros capazes para solucionar problemas da área.
O projeto prevê um curso de especialização em “Engenharia de Segurança Contra Incêndio”, estruturado em quatro módulos:
Disciplinas básicas (fluidos, sólidos, termodinâmica e transferência de calor e massa);específicas (dinâmicas em ambientes confinados, proteções ativas e passivas, comportamento das pessoas e incidentes); gerenciamento de risco de incêndio e explosão; e metodologia específica.
A previsão é uma extensão que dure 555 horas, incluindo todas as etapas. Com o reconhecimento do CNPq, os envolvidos na Frente Parlamentar acreditam ser possível que novas especializações com esse pleito possam ser viabilizadas no Brasil.
A reunião em Brasília ainda foi positiva em outros pleitos, tais como:
Avanços da proposta de metodologia para a coleta de dados de incêndio nas cinco regiões brasileiras, com objetivo de padronizar e unificar as estatísticas de incêndio do País; modelos de certificação de produtos e equipamentos de segurança contra incêndio; entre outros.
O encontro também dividiu espaço com um momento de homenagem à “Semana Nacional de Prevenção Contra Incêndio e Pânico”, realizado na tarde de sexta-feira (07), no Plenário da Câmara dos Deputados.
Sobre a Frente Parlamentar:
A Frente Parlamentar Mista de Segurança Contra Incêndio é presidida pelo deputado federal Vicentinho e foi criada no segundo semestre de 2015 com o objetivo de discutir e elaborar políticas públicas para a área de segurança contra incêndio. Ela congrega entidades da sociedade civil e parlamentares de diversos partidos políticos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
MARCIO FERREIRA
Sprinkler Brasil
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