Atuais tendências em termos de novos postos de trabalho nas organizações empresariais e a precarização das condições de trabalho.
Com o avanço da globalização, o mundo moderno foi forçado a criar novas formas de trabalho, em substituição as antigas, que foram baseadas no fordismo/taylorismo, em busca de eficiência e produtividade, o que produziu modificações no sistema produtivo e na forma de gestão pessoal implementada pelas empresas.
Na sociedade pós-industrial, a estrutura profissional evoluiu para uma sociedade de serviços, criando oportunidades de emprego para profissionais liberais e de nível técnico, especialmente com cursos superiores, com alta qualificação técnica e conhecimento, em detrimento da mão-de-obra operária vigente na sociedade industrial.
Surgiram novas formas de trabalho: empregos multifuncionais (polivalência nas atividades); teletrabalho, job rotation (rotatividade das funções); trabalho à distância; empreendedorismo, cooperativa etc. Outras formas de trabalho que já vinham sendo adotadas pelas empresas, passaram a ser utilizadas com mais intensidade, como o trabalho temporário.
As empresas passaram a admitir empregados dotados das novas competências requeridas (conhecimento, habilidades e atitudes). Os empregados devem estar dispostos a uma constante reciclagem para continuar mantendo seus postos de trabalho e a cumprir metas de produção cada vez mais exigentes, atreladas a remuneração variável.
Essas empresas, inseridas no novo cenário econômico, valorizam o trabalhador multifuncional, aquele que desempenha múltiplas funções relativas à sua área de trabalho.
O profissional multifuncional é um especialista em generalidade, que possui formação específica, mas tem noções genéricas sobre outras correlatas.
Além disso, as empresas vem adotando o job rotation, pelo qual os empregados passam por um período em outros setores da empresa que não o seu, como forma de ampliar o conhecimento de outras áreas.
O avanço da tecnologia possibilitou a realização de tarefas nos mais diversos locais onde seja possível a conexão com os computadores do empregador : na residência do trabalhador, num telecentro; num restaurante ou num engarrafamento de trânsito, através de um computador portátil, com redução de custos para as empresas
Atualmente, as empresas exigem profissionais que dominam a tecnologia; estejam conectados as redes sociais tenham nível superior, saibam trabalhar em equipe, tenham conhecimento de línguas, espírito de liderança, criatividade, flexibilidade e etc...
Quanto aos trabalhadores com baixa escolaridade, que percebem baixos salários, o cenário é outro: tais trabalhadores são os mais atingidos pela precarização das condições de trabalho, porque não tem outra alternativa senão aceitar a contratação à margem das proteções trabalhistas e de Seguridade Social.
É cada vez maior o número de trabalhadores sem carteira assinada. O trabalho formal vem sendo substituído pelo trabalho dito “autônomo”, por trás do qual se esconde um empregado sem carteira assinada.
Hoje é comum que as empresas contratem ex-empregados para prestarem serviços como se autônomos fossem, seja por meio de uma firma individual ou por sociedade empresária.
Eles continuam prestando os mesmos serviços para as empresas e sob o mesmo comando. Esse fenômeno vem sendo chamado de “pejotização” pela doutrina e jurisprudência trabalhista.
Também vem crescendo a contratação de trabalhadores por meio de falsas cooperativas. Nesse tipo de fraude, os trabalhadores “cooperados” cumprem horários, recebem ordens, enfim trabalham como se fossem empregados.
Enfim, hoje está desaparecendo o emprego formal do mercado de trabalho, sendo cada vez menor o número de postos de trabalho oferecidos pelas organizações e maior o número de competências e habilidades exigidas dos candidatos.