OTOTÓXICOS – Sabe o que é?

A literatura apresenta inúmeros trabalhos que comprovam lesão auditiva em decorrência da exposição ocupacional a produtos químicos, mesmo na ausência do ruído e outros que tentam demonstrar interação entre ruído e produtos químicos. Alguns estudos sugerem que as exposições simultâneas a ruído e produtos químicos produzem efeito sinérgico.

Isso é relevante porque, isoladamente, ruído e produtos químicos podem estar dentro dos limites de exposição definidos em legislação, porém, quando em exposição combinada, aumentariam o risco de perda auditiva.

Em geral esta perda se caracteriza por ser coclear, bilateral, simétrica, progressiva e irreversível, com início nas frequências altas do audiograma. Talvez essa configuração praticamente idêntica à da PAIR possa justificar o porquê deste assunto ter sido negligenciado por tantos anos.

Quase não se valoriza o fato da perda auditiva induzida por químicos poder progredir mesmo após o término da exposição ao agente químico, o que não é observado em relação ao ruído.

Os solventes orgânicos são os agentes ototóxicos ocupacionais mais estudados, sendo citados, em especial: tolueno, xileno, estireno, n -Hexano, dissulfeto tricloroetileno de carbono e existem evidências demonstrando que exposições a níveis baixos a moderados de asfixiantes, como o monóxido de carbono e o cianeto de hidrogênio podem potencializar a perda auditiva induzida pelo ruído.

O chumbo é o metal mais estudado quanto à ototóxicidade. A falta de guias ou padrões para exposições combinadas a ruídos e produtos químicos em relação à perda auditiva impõe estudos adicionais.


MELLO, Andréa Pires de. Arquivos Int. Otorrinolaringologia.

Comentários

Postagens mais visitadas

Nossa homenagem ao dia dos Pais.

Dicas para entrevista de emprego.

Importância da IA para o Técnico em Segurança do Trabalho.