Como motivar alguém com quem você não se relaciona bem.
Passamos tantas horas no escritório que é comum enfrentar
sentimentos de amor, ódio e ansiedade. Também é inevitável criar laços de
amizade e, claro, de inimizade.
Quando o conflito se dá
entre chefe e subordinado, a situação pede cautela para não colocar em risco o
clima e a produtividade — fatores tão importantes em um período em que a
palavra de ordem nas empresas é eficiência. “Não se espera que o líder goste, da
mesma forma, de todos na equipe nem que seja igualmente querido por cada
integrante”, diz Liane Davey, vice-presidente da Knightsbridge Human Capital
Solutions, consultoria em gestão de pessoas em Ontário, no Canadá. “Mas manter
uma relação cordial com cada um é obrigatório.” O relacionamento entre chefe e
equipe vai bem não quando todo mundo se adora, mas quando o convívio não
compromete o trabalho.
Gestores que precisam
motivar (e gerenciar) profissionais com os quais não se dão bem devem adotar
algumas atitudes para que o desafeto não prejudique o relacionamento
profissional.
Pense
antes de agir:
O fato de se sentir
incomodado com alguém diz mais sobre si mesmo do que sobre o outro. Antes de
tomar qualquer atitude, o líder deve refletir sobre se o comportamento do
funcionário pode demonstrar, na verdade, que há algum problema com a própria
gestão. “O chefe deve se perguntar se há alguma coisa que possa mudar em si
mesmo para contornar a situação”, diz Jair Moggi, consultor da Adigo DEF,
consultoria em gestão, de São Paulo. Isso evita agir por simples implicância,
poupando sua imagem de um desgaste desnecessário.
Passe mais
tempo com seu desafeto:
Evitar o contato ou
ignorar o subordinado com quem você não se dá bem só piora as coisas. “Ele se
sente desestimulado e desmoralizado dentro do time”, diz a consultora Liane
Davey. Crie maneiras de passar mais tempo juntos — pode ser um almoço ou um
café. Se achar que a iniciativa soa artificial, convide outras pessoas, o que
diminui o desconforto.
Essa atitude ajuda a
enxergar traços de personalidade às vezes invisíveis e, consequentemente, a
entender determinados hábitos e atitudes.
Saiba com
quem está lidando:
Tão importante quanto
entender seus pontos fortes e fracos como chefe é investir tempo e disposição
para aprender sobre a biografia, a personalidade e as limitações de cada
integrante do time.
Num momento de conflito,
esse conhecimento vai auxiliar o gestor a entender o que pode estar por trás de
determinadas ações e a escolher o tratamento adequado. “O funcionário sente que
pertence ao grupo, o que é um dos princípios fundamentais da motivação”, diz
Jair. Deixar claro o que a empresa espera do profissional e se certificar de
que o subordinado compreende o que precisa fazer também é importante para
estimular a equipe.
Tenha
objetividade:
Independentemente do motivo
de não gostar de alguém, nunca leve a questão para o lado pessoal. A razão do
mal-estar deve ser objetiva, assim o gestor conseguirá abordar o problema com
racionalidade. A melhor maneira de falar sobre o assunto é em uma conversa a
sós com o subordinado para evitar o desgaste da pessoa com o grupo. “Todo
feedback precisa estar embasado na observação de alguma atitude ou episódio
real e na reflexão do que isso representa para o trabalho”, diz Maria Candida
Baumer, diretora da People & Results, consultoria de São Paulo.
Caso contrário, pode ser
interpretado simplesmente como crítica e não repercutir como desejado. Outro
erro é mandar recado por um colega da equipe, usar ironia ou jogar indiretas.
“A agressividade passiva entre o líder e um subordinado geralmente afeta o time
inteiro”, diz Liane. Se a investida do chefe for considerada excessiva,
injustificada ou inadequada pelo resto da equipe, o líder corre sérios riscos
de perder respeito e credibilidade com todo o grupo.
Enfrente a
questão:
Alguns gestores
imaturos, na tentativa de manter o clima harmonioso ou não se indispor com
ninguém, podem colocar panos quentes sobre uma situação problemática,
imaginando, talvez, que isso se resolverá sozinho. “Fechar os olhos para a
existência de um conflito e postergar a solução tende a transformá-lo em uma
crise”, diz Lidiane Bertê, psicóloga da Intelectus Gestão Estratégica de
Pessoas, consultoria em gestão, do Rio Grande do Sul. “Quanto maior a demora
para encarar o problema, mais grave e incontrolável ele se torna.”
Para a equipe, a
ausência de iniciativa do líder transmite falta de habilidade, indiferença e
insegurança — fatores bastante negativos que acabam com o clima. “Qualquer
desconforto entre o chefe e um dos funcionários acaba sendo sentido pelo grupo todo”,
diz Lidiane.
Sem
ameaças:
Cuidado com o tom ao
mostrar ao funcionário o que ele deve mudar. Prefira abordar o problema
cordialmente em vez de ameaçá-lo com uma demissão. Se não notar transformações
após o feedback, diga que gostaria de saber se ele pensou sobre suas sugestões
e o que está fazendo para melhorar.
Perseguir, sabotar ou
sufocar o subordinado, tirando dele responsabilidades ou dificultando o acesso
aos processos dentro da empresa, são atitudes inadequadas, que contam contra o
gestor perante a equipe e possíveis esferas superiores.
Seja
positivo:
Concentrar-se em hábitos
ou traços de personalidade que gostaria que o outro mudasse é cansativo.
Prefira direcionar sua atenção para atitudes e habilidades que admira naquele
profissional — alguma deve existir.
O sujeito não é pontual,
mas entrega resultados? Não se comunica tão bem, mas é ótimo em prever riscos?
Reconheça as contribuições. Fazer isso vai deixá-lo mais confiante e preparar o
terreno para o feedback.
Não leve
para o lado pessoal:
Por mais irritante que
um hábito seja, o chefe só pode falar sobre o assunto se isso atrapalhar o
trabalho. Se for algo estritamente pessoal, melhor relevar. Ao abordar o
problema, tente mostrar o motivo pelo qual aquele comportamento é prejudicial.
Se alguém não para de tagarelar numa reunião, diga que isso prejudica a
discussão e faz com que as outras pessoas não possam participar.
Exame.com
“Prevencionista,
se você gostou, seja um seguidor e compartilhe com seus amigos e um dia verá
que essa sua atitude fez parte da sua história”.
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