Jovens são mais predispostos a aceitar irregularidades nas empresas.
No
embalo das recentes investigações sobre corrupção, que atingem grandes empresas
como a Petrobras, uma pesquisa revelou que os profissionais mais jovens têm
mais facilidade em aceitar atitudes antiéticas nas companhias brasileiras.
Elaborado pela ICTS Protiviti, o levantamento "Perfil Ético dos
Profissionais das Corporações Brasileiras" traçou a vulnerabilidade dos
colaboradores em desenvolver práticas irregulares no ambiente corporativo.
O
resultado, segundo a ICTS, é considerado alarmante, já que o levantamento
apurou, entre outros fatores, que 82% dos profissionais com até 24 anos
aceitariam sem dificuldades lidar com atitudes antiéticas ou irregulares de
colegas e chefes.
"É um cenário realmente preocupante, mas facilmente
modificado, já que os profissionais mais jovens são mais fáceis de moldar e têm
mais facilidade em aprender sobre conceitos éticos", afirma Mauricio
Reggio, sócio - diretor da ICTS. Para ele, cabe às empresas o papel de direcionar
seus profissionais com ações que revitalizem o ambiente ético.
Além
da alta taxa de aceitação de irregularidades, a apuração mostrou também, entre
outras tendências, que os jovens até 24 anos são mais propensos a compactuar
com suborno (56%), suborno em forma de presentes (67%), hesitação em realizar
denúncias (68%), ocultação de erros (62%) e furto de recursos ou ativos da
empresa (59%).
Na
avaliação geral, o levantamento apurou que, entre todos os profissionais
consultados, 8% apresentaram alto risco antiético, 16% médio - alto risco, 30%
médio risco, 30% médio - baixo risco e 16% demonstraram baixa probabilidade de
desenvolverem atitudes antiéticas.
"Na
nossa visão, é um resultado que aponta para uma melhora do perfil ético dos
profissionais, já que na pesquisa anterior os índices de ′alto risco′ e ′médio -
alto risco′ estavam maiores. Há muito o que melhorar ainda, mas o brasileiro
tem mostrado cada vez mais aversão a esses tipos de atitudes", comenta
Reggio.
A
pesquisa avaliou também a características de profissionais que repassam
informações confidenciais da empresa de forma proposital. O resultado mostrou
que diretores são os mais inclinados a estas práticas e que 43% dos praticantes
têm 55 anos ou mais.
Ao
avaliar a inércia frente a erros - que contemplam atividades como
corporativismo, complacência e falta de percepção da gravidade de impacto, a
pesquisa mostrou que os profissionais de nível técnico/especialistas são os que
mais tendem a demonstrar tais atitudes. Cerca de 62% desses profissionais têm
entre 25 e 34 anos, 66% recebem entre R$ 2,5 mil e R$ 7 mil, e 61% são
mulheres.
Virar
o jogo:
Para
melhorar os resultados, Reggio acredita que as empresas devem trabalhar mais a
fundo para se proteger e fazer com que seus colaboradores não desenvolvam
práticas que vão de encontro com a ética. "Podemos diminuir drasticamente
os riscos e reverter esses resultados com algumas medidas como, por exemplo,
executar auditorias, melhorar a comunicação interna, desenvolver medidas
disciplinares, ter um código de conduta ética, possuir uma governança mais
transparente", sugere.
A
pesquisa consultou 8.718 profissionais de 121 empresas brasileiras entre junho
de 2012 e junho de 2014. Dos entrevistados, 55% possuíam graduação e 45% não
eram graduados; 66% eram do sexo masculino e 34% do sexo feminino; 50% tinham
salário de até R$ 2,5 mil, 30% entre R$ 2,5 mil e R$ 7 mil, e 20% recebiam
acima deste valor.
A
hierarquia do público era dividida por:
41% de profissionais da operação, 12%
estagiários ou trainees, 15% técnicos e especialistas, 29% eram gestores e 3%
da direção.
Diário
do Comércio, Indústria.
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