Soluções das empresas para o caso de faltar água no trabalho.
Como as empresas estão lidando com a possibilidade de falta de
água e como você deve se planejar para este cenário?
BANCO DE
HORAS:
Algumas empresas planejam dispensar os funcionários nos dias mais
críticos e adotar um esquema de compensação futura por meio de um banco de
horas. É o caso da fabricante de bebidas Bacardi, com sede em São Bernardo do
Campo, no ABC paulista. O sistema de banco de horas deve ser adotado tanto para
os operários da fábrica como para os trabalhadores administrativos.
Como lidar:
• Prepare um cronograma definindo datas para a conclusão de cada
tarefa, já que você terá menos tempo para executar as mesmas atividades. “Adote
um sistema parecido ao das vésperas de feriado, em que nos desdobramos para dar
conta de tudo em uma semana menor”, diz Paulo Moraes, gerente executivo da
Talenses, empresa de recrutamento de São Paulo.
• Dedique o tempo no escritório totalmente ao trabalho e deixe
compromissos pessoais para os dias de dispensa.
• Nos dias em que for compensar as horas devidas e prolongar a
jornada, procure fazer pausas ao longo do dia, para que o tempo a mais no
trabalho seja realmente produtivo.
JORNADA
REDUZIDA:
A agência de publicidade DM9DDB, na capital paulista, é uma das
que podem adotar a jornada reduzida em caso de piora da crise hídrica. A
empresa já testou esse modelo no ano passado, com a liberação dos empregados a
partir das 16 horas das sextas-feiras durante o horário de verão. “Já fizemos
essa experiência e vimos que as pessoas se engajaram bastante, e o resultado
foi mais produtividade e qualidade no trabalho, o que nos deixa tranquilos caso
precisemos repetir essa medida”, afirma Maria Eduarda Lomanto, diretora de RH
da DM9DDB, de São Paulo.
Como lidar:
• Diminua o tempo no cafezinho, nas conversas paralelas e nas
redes sociais e seja mais objetivo nas reuniões.
• Não deixe suas entregas para a última hora. Não dá para correr o
risco de atrasar o atendimento a um cliente porque você não pediu a aprovação
de seu chefe a tempo.
• Comunique outros departamentos e parceiros de negócios de seu
novo horário nesse período, para que eles também possam se programar.
REVEZAMENTO:
A Vip Corretora, de São Paulo, testou em dezembro um sistema pelo
qual os funcionários que terão jornada reduzida se revezam. “Fizemos um esquema
de rodízio, liberando 70% do escritório em cada sexta-feira a partir das 14
horas”, diz Nicholas Weiser, CEO da corretora, que tem 25 funcionários. “Ainda
não conseguimos medir a produtividade, mas percebemos que os funcionários estão
mais motivados, então, não teremos problemas em alongar essa experiência”,
afirma.
Como lidar:
• Evite que o afastamento do escritório comprometa seu fluxo
de trabalho fazendo um cronograma diário de suas tarefas de curto, médio e
longo prazo.
• Renegocie prazos, principalmente com clientes externos, que
podem não entender por que algumas demandas estão demorando um pouco mais para
ser atendidas.
• Num esquema de revezamento, é fundamental saber dividir e
delegar tarefas aos colegas que estarão de plantão enquanto você folga.
HOME
OFFICE:
No escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados, que tem
em São Paulo a maioria de seus 710 funcionários, a crise hídrica acelerou o
processo de implantação do home office, disponível para 20% dos advogados. Para
isso, o escritório reforçou os servidores e comprou softwares e equipamentos
para apoiar o trabalho remoto. “Precisamos assegurar a confidencialidade de nossos
clientes”, diz Sólon Cunha, sócio do escritório na área trabalhista. Já a área
de recursos humanos da Incube, desenvolvedora de tecnologia móvel e aplicativos
com 180 funcionários, na capital paulista, preparou uma escala em que
classifica suas áreas segundo o grau de dependência do trabalho presencial e
coletivo. Com um agravamento da falta de água, o trabalho remoto — atualmente
vigente para 15% do pessoal — seria estendido gradativamente ao restante do
quadro, seguindo essa escala. “Mas, se for preciso, 100% da empresa pode entrar
em home office”, diz Sheyla Angelotti, diretora de RH da Incube, de São Paulo.
Como lidar:
• Em casa, explique à família que sua presença ali não significa
que você está de folga e delimite um espaço para trabalhar sem ser interrompido.
• Se o ambiente caseiro não permitir concentração, com crianças e
pessoas circulando o tempo todo, procure outros espaços, como cafés e espaços
de trabalho compartilhado.
• Em horário de trabalho, o profissional em home office está à
disposição da empresa. Por isso, não descuide de e-mails nem do celular.
• Mesmo de longe, mantenha o chefe informado sobre o andamento e a
execução das tarefas.
• Prepare-se para os encontros presenciais com dúvidas, sugestões
e dados sobre os avanços obtidos durante o período de trabalho remoto.
Aproveite essas ocasiões para planejar os próximos dias.
CAMINHÃO-PIPA
E BANHEIRO QUÍMICO:
Nas empresas e nos departamentos onde não é possível ter
flexibilidade de horário, a saída tem sido o investimento em medidas como a
perfuração de poços ou a compra de suprimentos adicionais de água. É o caso da
Uranet, empresa de call center de São Paulo, com mais de 5 000 colaboradores, que já vem recorrendo a caminhões-pipa para
garantir o abastecimento em três de seus cinco endereços na cidade. Em caso de
intensificação da crise, a direção já tem um plano para manter os banheiros em
funcionamento. “Fizemos acordo com fornecedores de banheiros químicos para o caso de
um colapso no fornecimento de água”, diz Roberto Noda, diretor da Uranet.
Como lidar:
• Leve de casa água para beber e álcool gel para a higiene das
mãos.
• Evite ao máximo o desperdício nas torneiras e na descarga, para
que colegas de outros turnos não fiquem sem água.
• Procure ser rápido no uso dos banheiros para que não se formem
filas caso alguns sanitários sejam substituídos por versões químicas.
Exame.com / VOCÊ S/A.
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