Não roubem o tempo de seus companheiros – Isso é importante.
Muito
provavelmente, quem ler está postagem devem considerar o título extremamente
agressivo, inclusive deselegante.
Proponho que tenhamos muita calma e atenção sobre esse assunto, pois para mim, realmente, existem muitos
"ladrões" nas organizações, não do dinheiro das empresas, mas sim das pessoas que com eles trabalham.
Permito-me
dizer que o livro me foi emprestado, acompanhado do seguinte bilhete: "Este livro é
bom demais para ficar na prateleira".
Principalmente
em razão do bilhete, me encorajei em não deixar "engavetado na prateleira da minha cabeça"
as conexões que consegui fazer durante a leitura deste livro com a realidade
das organizações e nas atitudes, posturas e comportamentos de muitas pessoas
que se auto-intitulam de líderes de pessoas, apenas em função do cargo que
exercem.
De todos os prazeres e sensações agradáveis e muitas
vezes tristes, que a leitura deste livro me proporcionou, a mais marcante e
significativa para mim foi à seguinte: Em
conversa com amigos, podemos afirmar que existe apenas um pecado no mundo: o do
roubo.
Ele justifica essa afirmação, dizendo:
.Quando você deixa de dizer para alguém alguma coisa
que você acredita ser "verdade", você está "roubando" o direito dele saber o que você sente a seu
respeito.
.Quando você mata alguém, você está
"roubando" o direito
de outras pessoas conviverem com a pessoa que você matou.
.Quando você "maltrata"
alguém, você está "roubando"
o direito dessa pessoa de ser feliz.
.Quando você mente para alguém, você está
"roubando" o direito
dela conhecer a verdade.
Como decorrência dessas assertivas, imediatamente surgiram em minha mente os
inúmeros "roubos" praticados nas organizações.
Relaciono alguns deles para que vocês possam
examinar se, em sua organização, eles são praticados.
.Quando você chega atrasado em uma reunião, você está
"roubando" o tempo das pessoas que chegaram na hora marcada.
.Quando você quer, ou impõe, que seus
"colaboradores" (não podemos mais falar subordinados, é um termo
ofensivo, dizem alguns), fiquem
trabalhando rotineiramente após as 8 horas diárias, você está "roubando" o direito ao lazer, ao estudo, além do prazer
que todos nós temos em desfrutar da companhia da esposa, filhos e dos amigos do
coração.
.Quando você pede urgência na execução de determinada
tarefa, e depois não dá a menor importância, você está "roubando" o seu colaborador.
.Quando você pensa que alguns de seus subordinados
não estão correspondendo às suas expectativas, e nada diz, você está "roubando" a vida profissional deles.
.Quando você fala a respeito das pessoas e não com as
pessoas, você está "roubando" a oportunidade deles saberem a opinião que você tem a respeito deles.
.Quando você não reconhece os aspectos positivos que
todas as pessoas têm, você está "roubando" a alegria e a satisfação que todos nós
precisamos por nos sentirmos valorizados e úteis. Além de "roubar", você está sendo o principal gerador de
um ambiente de trabalho desmotivador e desinteressante.
Tenho hoje a convicção - não a verdade - de que
realmente só existe um único pecado que qualquer profissional pode cometer no
exercício de cargos de liderança: NÃO
DIZER, DE FORMA EXPLÍCITA, CLARA E DESCRITIVA, COMO PERCEBE E SENTE OS
DESEMPENHOS E OS COMPORTAMENTOS DAS PESSOAS COM QUEM TRABALHA.
Todos nós temos um discurso fácil ao afirmar
que é
imprescindível haver respeito e consideração com todas as pessoas com quem convivemos,
quer no plano pessoal ou profissional. Pensar e falar são coisas extremamente
fáceis.
O grande desafio está no agir, no fazer, no praticar
aquilo que se diz ou pensa como sendo o certo, o correto nas relações
entre as pessoas. Não valemos pelo que pensamos, mas sim pelo que realmente fazemos.
Tenho constatado, como base no mundo real, que a maioria das pessoas deixa de se
manifestar sobre como percebe e sente o
comportamento das pessoas com quem convivem.
A racionalização por não dizer nada é baseada no
argumento de que, "afinal,
ninguém é perfeito" e vai acumulando insatisfações, com reflexos
inevitáveis nas relações.
Acrescento que o pior tipo de relacionamento que
podemos praticar com as pessoas com quem trabalhamos e vivemos é o do silêncio.
O silêncio fala por si só. Diz muita coisa, e gera uma relação de paranoia, muita ansiedade e enorme frustração.
Dizem que as pessoas admitem boas ou más notícias, detestam surpresas.
Tomo a liberdade de recorrer a um artigo escrito por
Eugenio Mussak, na revista Vida Simples, do mês de julho deste
2009. Ele é
enfático ao afirmar que feedback é uma questão de respeito e consideração para
a outra pessoa.
Dar e receber feedback são questões básicas e
essenciais para a existência de uma relação saudável, duradoura e, principalmente, respeitosa.
Considero oportuno
lembrar, também, que
todas as coisas que prestamos atenção tendem a crescer.
Se olharmos, tão
somente os aspectos negativos de alguém, esses tendem a crescer aos nossos olhos. O
inverso também parece ser fatal.
Se dirigirmos
nossas observações a respeito das questões positivas que todos nós temos,
existe a grande possibilidade delas também crescerem.
Em síntese: sugiro a você que façamos um exame de consciência profundo nas diversas
relações que mantemos.
Se pergunte com bastante frequência:
Será que estou “roubando” de alguém alguma informação ou percepções que podem
lhes ser úteis para o seu crescimento pessoal e profissional?
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