Experiência que obtive trabalhando em plataforma de Petróleo.

 

Está experiência que tive a oportunidade de vivenciar durante parte de minha trajetória profissional como Técnico em Segurança do Trabalho Sênior, atuando como fiscal do SESMT (Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho) em diversas plataformas flutuantes, semissubmersível e navio plataforma do tipo FPSO de propriedade da Petrobras ou empresas estrangeiras em operação nos campos de Marlim, Roncador e Barracuda na bacia de campos RJ.

Para inicio de conversa, ser Técnico em Segurança do Trabalho offshore é viver uma experiência que vai muito além da profissão, é adotar um estilo de vida pautado pela responsabilidade, pelo comprometimento e pelo propósito de preservar vidas em um ambiente de alto risco e complexidade.

A jornada offshore começa antes mesmo de chegar à plataforma:

A semana que antecede o embarque em uma plataforma de petróleo já é tensa por uma variedade de razões que abrangem  aspectos familiares, logísticos, psicológicos e profissionais. A viagem inicia nos aeroportos de Macaé ou de Atafona em Campos, sem falar o voo de aproximadamente uma hora sobre o oceano atlântico em helicóptero que exige atenção redobrada, pois é tensa e envolve riscos específicos como condições meteorológicas adversas, movimentação das pás, turbulências e procedimentos de emergência em caso de pouso forçado na água, embora tenhamos o curdo de Curso Básico de Segurança de Plataforma (CBSP), também conhecido como Salvatagem, exigido para essa atividade.

Cada profissional é orientado detalhadamente antes do embarque durante o briefing de voo, momento em que são repassadas as instruções de segurança, uso de equipamentos de flutuação, postura durante o embarque e desembarque e condutas em situações de emergência o que já causa aquele friozinho na barriga.

Ao chegar à plataforma, um novo briefing de integração reforça as informações atuais de operação, normas de segurança, os pontos de reunião, rotas de fuga, alarmes sonoros e procedimentos de evacuação. Esses momentos são essenciais para garantir que todos estejam preparados para agir corretamente diante de qualquer situação de risco que venha a ocorrer, assim como é realizada a entregue ao empregado que está chegando o cartão T - Card. de identificação pessoal e de segurança a bordo para identificação e contagem de trabalhadores em caso de acidentes, assim como a entrega do camarote ou (Accommodation), toalha e material de higiene pessoal, etc., para passar os 15 dias de trabalho embarcado com jornada diária de 12h.

A importância desse trabalho é imensa:

Cada inspeção, cada diálogo de segurança e cada decisão tomada a bordo impactam diretamente a integridade física dos trabalhadores, a continuidade da operação e a proteção do meio ambiente. A plataforma é um microcosmo onde segurança não é apenas prioridade, é um valor inegociável, sustentado por procedimentos rigorosos, análises de risco e comportamento seguro.

Os resultados dessa dedicação são perceptíveis no dia a dia:

Visamos bássicamente a redução ou prioritariamente a eliminação de acidentes, o fortalecimento da cultura preventiva e constante aperfeiçoamento das práticas de trabalho. O convívio com profissionais de diversas áreas e nacionalidades amplia a visão de mundo, o respeito mútuo e o senso de responsabilidade coletiva, tornando o ambiente mais seguro e colaborativo.

Mas trabalhar offshore também proporciona prazeres e recompensas únicas. A sensação de dever cumprido ao final de um embarque, a amizade entre colegas que se tornam uma segunda família e o orgulho de participar de uma operação vital para o desenvolvimento energético do país são experiências que marcam profundamente quem vive essa rotina. Longe do cotidiano urbano, o profissional aprende sobre resiliência, disciplina e equilíbrio emocional, virtudes indispensáveis para quem tem o mar como ambiente de trabalho.

Em essência, o Técnico de Segurança do Trabalho embarcado é o guardião de centenas de vidas em meio ao oceano. Sua atuação conecta técnica, cuidado e comprometimento. Cada dia a bordo reafirma que cuidar de pessoas é mais do que uma função é uma missão.

Podemos sentir a segurança como sendo atitude Offshore de compromisso com a vida e o patrimônio. Essa com certeza é a maior recompensa que um técnico em segurança pode receber ao final de cada turno de trabalho.

Márcio Santiago Vaitsman


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