As Coisas Não São Assim – Reflexão.

Caminhávamos pelas ruínas de Machu Picchu e, interrompendo o silêncio, Sonia me disse:

Saul, você percebeu que quando se olha para uma árvore pouco se vê?

Como assim?

A árvore não mostra as suas raízes... Dependendo do dia do ano está sem folhas, ou com folhas que irão cair para que novo ciclo de vida seja iniciado...

Realmente, quando olhamos para ela temos apenas uma fotografia de um momento que pode nada nos dizer de sua realidade, principalmente se ela for uma árvore frutífera e nós estamos em pleno período de inverno...

Mas existem árvores que dão frutos no inverno, disse Sonia...

É mesmo, isso torna tudo ainda mais complicado e é preciso que nosso cuidado nos julgamentos seja ainda maior.

Isso mesmo. Você chegou logo onde eu queria: Julgamento. Nossa evolução espiritual exige alguns passos fundamentais. Um deles, sem duvida, é NUNCA JULGAR. “Poderemos estar olhando a árvore em um período inadequado para julgá-la se dará bons frutos”.

As pessoas comportam-se da mesma forma, podemos ter pouco conhecimento delas e principalmente de seu interior para concluirmos sobre seus reais valores. Na realidade eu pergunto: Quem somos para nos darmos o direito de julgar nossos semelhantes?

Em que estagio nos encontramos que esta faculdade nos permite ser utilizada? Em que nível de evolução nosso semelhante se encontra?

É verdade, mas como é difícil ficamos isentos de um julgamento!? Sim, eu sei, mas é assim que tem que ser...

Deus nos permite encarnar para evoluirmos individualmente, mas nunca para sermos juízes das atitudes dos outros, comentei finalmente...

Continuamos nossa caminhada que na realidade era mais uma escalada pelas ruas de Machu Picchu e o silêncio nos fez companhia.

Fiquei meditando sobre o que Sonia havia me dito e a profundidade do seu objetivo em nossa conversa.

Para mim fazia muito sentido porque estaria, em poucos minutos, à frente de um dos portais onde minha meditação deveria me transportar ao abandono do meu passado...

É tudo que posso lhes dizer...

Depois deste diálogo comecei a perceber que, a cada dia, sou um juiz implacável das atitudes dos outros.

Mas, com que direito?

Sei que não é fácil exercitar e praticar o que se sabe ser errado fazer... Este é o caminho da verdadeira evolução. E é importante sabermos que as coisas não são assim...

Só existe Luz quando se admite a escuridão de nosso conhecimento.

Mas, como é gratificante quando alguém nos fornece uma lanterna...

Obrigado Sonia, obrigado às forcas do Universo que nos aproximaram em mais uma vida.

Sei que nos veremos.
Saul Brandalise Jr



Nota do blog:

Isso tem haver com a postagem anterior, veja só, fico muitas das vezes pensando se devo continuar a lutar por uma classe que não está nem um pouco interessada no seu próprio futuro; Fico pensando se não estou me metendo em um Saara aléia; Às vezes fico pensando que não tenho nenhuma necessidade desses aborrecimentos, embora seja um técnico atuante.

Às vezes fico pensando, pensando e pensando, será que vale apena lutar, se indispor com pessoas em prol de uma classe que por comodismo se coloca a margem dos acontecimentos e permanece comodamente no aguardo de que alguma alma caridosa venha dar a cara para bater no lugar delas e dessa forma, colher os frutos que poderão ou não advir dessa luta.

Às vezes fico pensando, pensando, pensando, pensando, pensando.

Marcio S. Vaitsman





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