CATEGORIA LUTA PELA REGULAMENTAÇÃO DO CONSELHO PROFISSIONAL.
A necessidade de um Conselho
Profissional para os técnicos de segurança do trabalho nasceu com a profissão em
1972. Desde o princípio, havia um consenso de que a categoria deveria controlar
seu exercício profissional. Essa visão inicial continuou existindo ao longo dessas
três décadas e foi se fortalecendo.
Os primeiros técnicos da área
acreditavam que era preciso primeiro se organizar como categoria, cuidar do
regulamento e de outras demandas da profissão. Isso também era previsto na
NR-27, que estabelece no item 27.1 que “o exercício da profissão do técnico de
segurança do trabalho depende de prévio Registro no Ministério do Trabalho,
efetuado pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho até que seja
instalado o respectivo Conselho Profissional”.
Ao longo dos anos, com essa
organização estabelecida, passou-se a lutar pelo Conselho. O empenho para a
regulamentação do mesmo começou através de um Projeto de Lei na esfera
Legislativa.
Sabíamos que todo Projeto de
Lei tem como origem o Poder Legislativo ou o Executivo. Começamos erroneamente
pelo Legislativo, pois tivemos todos projetos apresentados indeferidos pela
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Isso porque houve vício de origem
do Projeto de Lei. Verificou-se que um Conselho de Classe não poderia ser
criado a partir de uma iniciativa do Legislativo e sim do Executivo. Passamos
então a atuar frente ao Poder Executivo. Nosso empenho se intensificou nos
últimos 12 anos. Para isso, temos feito um
trabalho intenso de convencimento do Ministério do Trabalho, especialmente, com
os últimos três ministros.
Primeiro foi feito um trabalho
de convencimento com o então ministro Ricardo Berzoini. Ele se convenceu sobre
a necessidade do Conselho e apresentou um projeto para a criação do mesmo na
Casa Civil.
Com a saída de Berzoini,
fizemos um longo trabalho de convencimento com o seu sucessor, Luiz Marinho, que
fez um pacto com a categoria. Assim, comprometeu- se a liberar o nosso projeto
de Conselho após a eleição do segundo mandato do governo Lula. Já foi feita uma
reunião para este fim com o presidente Lula, que determinou algumas
providências a serem tomadas pela Casa Civil.
Contamos com apoio em abaixo
assinado de mais de 300 deputados federais e vários senadores. Além de dezenas
de monções de apoio de vereadores e deputados estaduais, dirigentes da
sociedade organizada e das principais Centrais Sindicais.
Atualmente estamos tendo um
grande esforço para que o atual ministro, Carlos Lupi, dê seqüência às ações conduzidas
pelos outros dois ministros. É necessário um ato político que leve o projeto
para o Presidente da República e ao Congresso Nacional para as formalidades necessárias.
O Projeto de Lei para a
criação de nosso Conselho se encontra na Casa Civil para a avaliação
constitucional e econômica. Dessa forma, é avaliado se o projeto gera custo para
o governo. Esse procedimento é utilizado para todos os projetos de lei vindos
do Executivo. No caso do nosso projeto, conta com a sinalização positiva deste
Ministério.
Diante desse cenário, o que
falta para o Projeto ser aprovado?
Certamente é preciso vontade e
ação política. Sabemos que toda lei é resultado da pressão social. No nosso
caso, carecemos de mobilização da categoria para sensibilizar o ministro do
trabalho em exercício, a Casa Civil e posteriormente o Congresso Nacional e o presidente
da República. É necessário o empenho de cada um que faz parte dessa categoria. Esperamos
da categoria participação ativa nesta mobilização. É possível enviar e-mails,
cartas e realizar abordagens presenciais aos políticos de cada região, de forma
maciça.
Sabemos que o Conselho
Profissional não resolverá todos os problemas dos técnicos de segurança do
trabalho. No entanto, a ausência de um Conselho cria dificuldades sobre o
controle e o exercício profissional. São questões como qualidade da formação,
ética e competência que deixam de ser trabalhadas devidamente.
Médicos e engenheiros, por
exemplo, têm restrições aos seus Conselhos Profissionais. Mas têm plena consciência
de que se esses Conselhos não existissem, a situação de suas profissões estaria
fora de controle.
Diante disso, temos que
reconhecer a necessidade da regulamentação do nosso Conselho. Não há segmentos contrários
a essa criação. Há consenso entre os setores envolvidos diretamente com a área
de Segurança e Saúde no Trabalho sobre a importância da valorização do técnico
de segurança.
Temos informação de que
existem cerca de 50 profissões buscando a regulamentação de seus respectivos Conselhos
de Classe. Muitos já possuem Conselhos Provisórios como pessoa jurídica. O
intuito é dar sustentação ao processo de mobilização para a aprovação do Projeto
de Lei em andamento. No caso dos técnicos, tivemos uma experiência desse tipo
nos anos 90, que não teve sucesso.
Muitos técnicos também têm
dúvida em relação aos critérios para a escolha dos primeiros dirigentes dos
Conselhos Federal e Regionais da categoria. Somos organizados através de uma
estrutura sindical presente em todos estados e com uma federação. Sendo assim,
após a regulamentação do Conselho por Lei, os dirigentes sindicais deverão
interagir com suas bases e seguindo critérios democráticos e a legislação,
disciplinar a criação efetiva do Conselho. Faremos esta estrutura
administrativa de forma socialmente responsável, privilegiando os interesses da
categoria.
O Conselho será organizado
inicialmente por Conselho Provisório Nacional. A função do mesmo será a
organização dos Conselhos definitivos, tanto em nível regional quanto federal.
Não existe uma lei específica
com critérios para a regulamentação de um Conselho Profissional. Mas há alguns
princípios que devem ser seguidos. Um deles é a importância social da
profissão. Esse valor é medido pelo fato de que a profissão precisa de um
Conselho quando, se mal exercida, pode comprometer a saúde e a integridade
física das pessoas. No caso dos técnicos de segurança, é claro para todos que
sua ação pode prevenir acidentes e salvar vidas.
Por outro lado, um erro
cometido pode ter consequências drásticas. O que prova que nossa profissão
precisa de um Conselho para zelar pelo compromisso de sempre proteger a segurança
e a saúde do trabalhador.
Indaga-se ainda por que têm
predominado as ações dos dirigentes sindicais da categoria do estado de São Paulo
nas abordagens e iniciativas políticas, para regulamentação deste conselho.
Isso ocorre porque São Paulo e Brasília detêm a concentração das estruturas
políticas e de organizações de trabalhadores. Além disso, o SINTESP é o sindicato estadual da
categoria com mais recursos. O importante é a não existência de bairrismo.
Devemos tratar esta causa como
de interesse social de todos os técnicos de segurança do trabalho do Brasil. Por
último, a condição base para atingirmos este objetivo é mobilização. Para isto,
a diretoria do SINTESP organizou uma Comissão Mobilizadora para o estado de São
Paulo. Esperamos que essa iniciativa aconteça nos demais estados. O objetivo é
intensificar as abordagens políticas, considerando que nunca estivemos tão
perto da regulamentação do nosso Conselho como agora. Para adesão, recomendamos
consultar o site: www.sintesp.org.br
O trâmite e a velocidade dos
encaminhamentos de um projeto para se transformar em lei dependem do
encabeçamento da causa por parlamentares comprometidos. Neste caso, contamos
com o ex-deputado Luiz Antonio de Medeiros. Em seu mandato, ele foi uma peça
importante para o andamento do projeto. Porém, com a não reeleição deste nosso
importante parceiro, estamos articulando a indicação de um substituto para se
tornar nosso referencial por São Paulo. Posição esta que esperamos ser seguida
por todos os demais estados. Isto acontecendo, teremos o reforço decisivo.
Procure o deputado federal ou senador em quem você votou ou algum parlamentar
que você tenha afinidade. Faça contato com ele para que seja um aliado nesta
bandeira. Mostre este informativo. E
sempre que fizer contatos, envie cópia para o e-mail mobilizacão@sintesp.org.br
Afinal somos 200.000 técnicos de
segurança do trabalho com este objetivo e se trabalharmos juntos, teremos mais
força para alcançá-lo.
Armando Henrique - Presidente –SINTESP.
Nota: Técnico de segurança faça a sua parte, divulgue, mande
carta e e-mail para o político de sua confiança, não fique esperando que alguns
lutem pela melhoria de sua profissão.
O Conselho de Classe é Órgão governamental, é
necessário para que possamos ser respeitados profissionalmente sobre todos os
aspectos.
“Prevencionista,
se você gostou, seja um seguidor e compartilhe com seus amigos e um dia verá
que essa sua atitude fez parte da sua história”.
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