De puxa-saco a falastrão: tipos de colegas de trabalho ′sem noção′.
Ter um bom relacionamento com os colegas de trabalho é essencial para que o profissional consiga desempenhar suas atividades do dia a dia e manter um clima agradável na empresa. Mas e quando o colega é tão ′sem noção′ a ponto de falar alto, contar tudo o que acontece na sua vida (para todos ouvirem) e puxar o saco do chefe.
Como conviver com um ou vários profissionais com essas características?
"A gestão do clima é realizada pelo tripé liderança/RH/equipes. Portanto, o comportamento das pessoas impacta significativamente no clima de uma determinada área. E diversos estudos mostram que o ambiente mais crítico e negativo prejudica a produtividade individual e coletiva do time.
Dados do Hay Group demonstram que o clima impacta em até 30% o resultado de negócio da área", afirma Rodrigo Magalhães, gerente do Hay Group, consultoria global de gestão de negócios.
O G1 ouviu especialistas em carreira e de recursos humanos e listou 10 tipos de colegas "sem noção", que podem atrapalhar o ambiente de trabalho e prejudicar a produtividade da equipe.
"Pessoas desagradáveis prejudicam bastante o ambiente de trabalho e diminuem a produtividade. A gravidade do quadro tem relação com o percentual de pessoas que compõem a equipe de trabalho", ressalta o consultor de gestão de pessoas Eduardo Ferraz.
Os consultores também indicaram como os profissionais podem lidar com essas situações.
Veja abaixo 10 tipos de colegas sem noção e como lidar com essas situações:
1) Fala alto e conta todas as histórias da sua vida.
Segundo Fátima Nogueira, diretora de RH e coach corporativa da Mira, algumas pessoas são carentes e precisam de atenção. "Elas querem compartilhar o seu dia a dia e isso faz com que tenham que falar alto e o tempo todo para que todos os presentes sejam envolvidos, compartilhando seus problemas pessoais, desafetos, alegrias ou momentos de felicidade".
Ferraz ressalta que ninguém precisa saber detalhes da vida particular de colegas que não sejam íntimos. "Falar alto atrapalha muito a concentração de quem não está envolvido na conversa".
2) Puxa-saco.
"Excesso de polidez ou de elogios exagerados tiram a credibilidade de qualquer um", afirma Ferraz. Segundo Fátima, o puxa-saco pode até ser um bom funcionário, mas o problema é que ele emprega seus talentos da maneira errada. "Ele se concentra no chefe e não naquilo que a equipe e a organização esperam de um bom profissional", diz.
Além de prejudicar o clima organizacional, esse tipo de colaborador pode gerar desmotivação, intrigas e até o pedido de demissão de colegas que não aguentam esse comportamento.
3) Não respeita o limite de espaço.
De acordo com Ferraz, o bom senso é a palavra-chave neste tipo de situação. "É preciso saber respeitar limites, não invadindo o espaço físico do outro, evitando dar conselhos não solicitados e não fazendo perguntas constrangedoras", afirma.
4) Brincalhão incontrolável.
"No ambiente de trabalho, como tudo na vida, o excesso estraga. E quando a pessoa não ′se toca′ acaba exagerando com algumas brincadeiras, que podem evoluir até chegar ao ponto do ′sem noção′. O bom senso conta muito", diz Fátima.
Ferraz também acredita que o excesso pode atrapalhar. "É bom ter alguém para descontrair um pouco o ambiente de trabalho, mas sem exageros".
5) Sabe tudo e conhece tudo.
As pessoas possuem experiências e conhecimentos diferentes, mas mesmo assim o profissional precisa falar para todos tudo o que já vivenciou ou que sabe fazer. "Dê conselhos apenas quando pedirem", diz Ferraz.
Fátima lembra que a percepção que a empresa tem sobre o funcionário pode fazer diferença na carreira. "Trabalhar com entusiasmo e saber compartilhar suas experiências e seus conhecimentos lhe dará mais credibilidade e respeito junto aos seus colegas de trabalho".
6) Fofoqueiro.
De acordo com Fátima, a fofoca é uma situação embaraçosa da qual ninguém, ou quase ninguém, consegue ficar imune. "Infelizmente é comum ter muitas fofocas no ambiente de trabalho e quanto maior a quantidade de funcionários, pior é", afirma.
Segundo ela, a falta de liderança é um dos principais fatores para que essa situação aconteça e com isso, as conversas paralelas podem afetar negativamente o trabalho da equipe.
7) Reclamão.
"Pessoas pessimistas sugam a energia de qualquer um. Ouvir um desabafo de vez em quando faz parte do jogo, mas todos os dias ninguém aguenta", ressalta Ferraz.
Fátima lembra que quem está desmotivado não coopera com os outros e pode gerar uma cultura de desagregação. "O clima negativo atrapalha qualquer profissional, mesmo para aqueles que estão empenhados. Além disso, o hábito contagia", diz.
8) Carreirista.
As disputas e a competição são ingredientes que estão presentes no universo de trabalho, mas não podem ultrapassar os limites éticos, segundo Fátima. “Para manter um bom relacionamento com as pessoas é essencial manter a qualidade de vida e gerar clima amistoso”, ressalta.
Já Ferraz indica que o profissional se afaste do carreirista. "É bom manter distância de pessoas que o usarão como “escada” para subir na carreira".
9) Só conversa e não trabalha.
Conversas e troca de ideias são comuns no ambiente de trabalho, mas não existe justificativa para deixar as obrigações de lado para apenas conversar. "Colegas que falam o tempo todo no local de trabalho acabam prejudicando todo ambiente, gerando tensão e desconforto para quem precisa se concentrar", diz Fátima.
Para evitar essa situação, Ferraz ressalta que os colegas não devem ficar ′disponíveis′ para esse profissional. "Esse é um tipo muito comum, mas o mais fácil de ser neutralizado. Diga que está ocupado e o ignore”.
10) Finge que é bonzinho.
Infelizmente ainda é comum encontrar profissionais que querem ′puxar o tapete′ dos colegas para conseguir melhores resultados na carreira. Esse tipo se finge de bonzinho para aprontar nas costas dos outros. "Geralmente é aquela que está o tempo todo sorrindo, chama de amiga e te trata como a pessoa mais querida do mundo. Eles passam tanto tempo preocupadas com o trabalho dos outros que nunca têm tempo para fazer o seu", ressalta Fátima.
"Esse é, provavelmente, o tipo mais perigoso. Nunca abra o jogo com ele e mantenha um relacionamento distante", afirma Ferraz.
G1.
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