Acidente da Arena – Dessa vez, quem será o “boi de piranha”?


Todos já ouvimos falar que alguém foi o "boi de piranha".
 
Caros colegas, "o boi de piranha é aquele que se submete ou é submetido a um sacrifício para livrar outra pessoa de uma dificuldade ou da culpa". Vejamos que nesse caso, já estão providenciando o culpado pelo acidente, iniciou o jogo de empurra.
 
O Sindicato dos Trabalhos nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo - Sintracon previu o acidente na Arena Corinthians, que matou duas pessoas na última quarta-feira, o Sintracon, horas antes da tragédia, emitiu um alerta de problema na base do guindaste. Mas o planejamento da obra não foi modificado, a obra deve ser entregue no prazo, não será por motivo de segurança do trabalho que ocorrerá o atraso.
 
Qual é o Técnico em Segurança do Trabalho que nunca ouviu essa frase “Vocês estão atrapalhando a produção”. E acaba no que deu, e agora quem será o culpado?
 
Segundo denuncia, o técnico em segurança do trabalho da obra avaliou que havia um problema na base do guindaste e chamou um engenheiro de segurança, que concordou com a avaliação inicial.
 
Como normalmente acontece em empresas de diversos segmentos, mais uma vez a segurança foi colocada em segundo plano, principalmente quando se trata de gastar ou paralisar temporariamente uma atividade.
 
Como a fiscalização das autoridades é precária “Praticamente não existe” ou só existe na legislação, favoreceu para que o engenheiro de produção não acatasse as recomendações de segurança apresentado pelo técnico em segurança do trabalho, dizendo que aquele era um assunto de engenharia civil (lógico que sua opinião é uma ordem e não pode ser questionada, caso contrário o técnico será demitido). Com está decisão, a obra seguiu seu planejamento de colocação da última treliça da cobertura da área leste. Quatro horas depois, o guindaste caiu, atingindo três estruturas e matando duas pessoas.
 
Agora vem, diversos órgãos que deveriam estar fiscalizando a obra e não o fizeram, aparecem para a mídia, faz a média até o próximo acidente ocorrer em uma empresa qualquer desse lindo recanto brasileiro.
 
O papo é o mesmo, sempre tivemos uma relação aberta com o pessoal da segurança, todas as solicitações da segurança eram atendidas imediatamente, se algo falhasse, pedíamos manutenção de imediato, a empresa nunca deixou de atendeu quaisquer pedidos da segurança, o que ocorreu foi uma fatalidade.
 
“Por que só iniciar as investigações pelos “bois de piranha” porque foram os escolhidos para salvar os empresários hipócritas, esses atendem pelo nome de Técnico em Segurança do trabalho”, eu pergunto, por que em relação a estes, apenas a estes, um processo judicial? Segurança do trabalho é responsabilidade de todos.
 
Temos que investigar  essa pseudo elite que diz querer redução de impostos e um estado menor, mas, paradoxalmente, também reclama por mais segurança, mais saúde e educação – mas só os seus já usufruem, desde sempre de segurança, saúde e boa educação.
 
Lembrando as autoridades, este foi o terceiro acidente com mortes em estádios que estão sendo construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014. Até quando os acidentes vão ocorrer no Brasil.
 
O primeiro foi no Estádio Nacional de Brasília, em junho de 2012, com a morte de um operário de 21 anos que caiu de 30 metros de altura.
 
O segundo foi na Arena da Amazônia, em Manaus, em março deste ano, quando morreu outro trabalhador que caiu de uma altura de cinco metros.
 
Em abril, outra morte de operário foi registrada nas obras do novo estádio do Palmeiras, que não vai ser usado na Copa do Mundo.
 
Marcio Santiago Vaitsman
 
 
“Prevencionista, se você gostou, seja um seguidor e compartilhe com seus amigos e um dia verá que essa sua atitude fez parte da sua história”.

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