Impactos e mudanças do eSocial nas empresas.
O
eSocial, integrante do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), vai
unificar as informações previdenciárias, trabalhistas e tributárias dos
empregados brasileiros. O sistema não traz nenhuma alteração na legislação do
trabalho. O objetivo é tornar mais efetivo o cumprimento das leis existentes,
evitar a sonegação de impostos, a informalidade nas relações de trabalho e
reduzir fraudes na Previdência Social. Ainda visa favorecer o trabalhador com
menos burocracia na hora de obter seus direitos.
Estendido
a todos os empregadores, pessoas físicas e jurídicas, inclusive domésticos,
trará mudanças como: centralização de informações a diversos órgãos do governo
como única fonte para o cumprimento das obrigações trabalhistas,
previdenciárias e tributárias; padronização e integração dos cadastros das
pessoas físicas e jurídicas nos órgãos participantes.
Será
primeiramente liberado para testes, por seis meses, o que deverá começar no
início do próximo ano. Seis meses após essa fase, valerá oficialmente, com aplicações
de multas por não cumprimento das obrigações.
Devido
à complexidade e às mudanças que trará com relação à gestão das pessoas e
controles, as empresas já precisam se preparar.
O
eSocial não tem impacto somente no sistema tecnológico operacional do RH, mas
também nos processos internos e na cultura da organização. Informações que hoje
não são habitualmente registradas passarão a ser obrigatórias; processos de
admissão de novos colaboradores e de controle de jornada que não estiverem
exatamente de acordo com a lei deverão ser alterados; novas informações e
controles com relação à saúde e à segurança do trabalho serão exigidos; e a
responsabilidade da empresa com relação à gestão das pessoas será exigida na
sua totalidade e auditada virtualmente a cada informação enviada.
A
implantação do eSocial requer um conjunto grande de atividades trabalhosas,
desde a revisão do cadastro dos colaboradores, a revisão dos cargos e funções,
treinamentos obrigatórios, jornada de trabalho, concessão de benefícios, procedimentos
e políticas de RH, etc.
O
eSocial é responsabilidade de toda a organização. Para implantá-lo e mantê-lo,
deverão trabalhar em conjunto RH, jurídico, produção, saúde e segurança do
trabalho, contabilidade, TI, enfim, todas as áreas.
Os
líderes deverão se adaptar às exigências, porque são responsáveis pela gestão
de pessoas e pelas informações. Deverão adotar critérios para mudança e
controle de jornada, de admissão e afastamentos, enfim, para tudo o que já é
exigido por lei e, por vezes, passa despercebido. O eSocial obriga mudança de
cultura e de gestão de pessoas, principalmente quando a empresa não está
totalmente adequada às exigências trabalhistas.
O
não cumprimento das obrigações (informações e prazos) vai gerar multas que
serão encaminhadas on-line. A fiscalização será virtual a cada arquivo enviado.
Serão auditadas todas as exigências legais, mesmo as mais simples. A
fiscalização presencial continuará existindo e terá outro foco, sendo dirigida
a questões levantadas na auditoria virtual.
O
eSocial tem data para iniciar. Como as obrigações, as mudanças e adaptações
culturais podem ser grandes, os responsáveis já devem começar analisar o que
precisa ser mudado, os impactos, e agir rapidamente.
Diário
da Manhã.
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