CUIDADO NO TREINAMENTO – DDS.
Ao
realizar um treinamento sobre a necessidade do uso do EPI, nunca tente convencer
o usuário, apenas com base na obrigatoriedade legal. Nem venha com o papo que o
EPI utilizado na sua empresa é de melhor qualidade e por isso não incomoda. O
usuário não é um idiota. É lógico que o EPI vai incomodar.
Então,
além destes, quais outros argumentos posso utilizar!
Em
relação ao desconforto, sempre uso o exemplo dos óculos. Quem usa óculos sabe
que logo que iniciou seu uso apareceu um calo no nariz e outro atrás das
orelhas, mas com o tempo acabou acostumando. Com o EPI funciona da mesma forma,
há um período para a adaptação que dependendo do usuário e do equipamento utilizado
vai ser maior ou menor.
Ok,
meu usuário já está sabendo que não é confortável. Então porque ele usaria?
Primeiro,
apesar de não surtir tanto efeito, você deve informar sobre a obrigação legal
de uso (dê uma lida no Art 158 da CLT).
Depois
ele deve entender como o equipamento irá lhe proteger.
Vamos
pegar o exemplo do protetor auricular:
Imagine
que estalei o dedo no ar e você está na mesma sala. Você só irá escutar o ruído
porque haverá o deslocamento do ar, ou seja, é necessário um meio físico para
que haja uma pressão sobre o seu ouvido.
O
pavilhão auditivo (parte externa, que você levou puxão quando era moleque)
realiza a captação do ar deslocado e direciona para o canal auditivo (onde você
passa o cotonete, e não deveria, pois a cera realiza uma função de proteção do
canal).
O
ar continua se deslocando e chega no tímpano, imagine uma tampa de tambor bem esticada,
quando você bate ela vibra, é o que acontece.
Atrás
do tímpano temos três ossos (estribo, martelo e bigorna) estes ossos, em um
sistema de alavanca transferem a vibração do tímpano para a cóclea, a qual,
explicando de forma bem simplificada, transforma esta energia mecânica em impulso
elétrico e envia para o cérebro.
Quando
estamos expostos a ruído elevado a cóclea vai sendo “destruída” e perdendo a capacidade
de realizar esta transformação.
Quando
utilizamos o protetor auricular, ele serve de anteparo, atenuando o impacto do
ruído. Em um treinamento, também é importante citar as consequências da exposição
ao agente.
Vários
estudos indicam que o ruído, além da perda de audição pode ocasionar dor
auricular, náuseas, efeitos sobre o aparelho cardiovascular, alterações digestivas,
modificação do ritmo respiratório e cardíaco, elevação da pressão arterial,
irritabilidade, ansiedade e desconforto, etc. Quanto mais informações o
trabalhador tiver, mais fácil ele compra a ideia de se prevenir.
A única
preocupação deve ser a forma como é passado o conhecimento para que não se
transforme em uma arma contra a empresa.
O
Segurito.
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