Chefes que ignoram equipe são pouco eficientes.
Quem
já teve a impressão de estar sendo sabotado pelo chefe talvez descubra que a
suspeita tem fundamentos - ao menos se o superior for um profissional inseguro
e com resultados abaixo das expectativas. Essa conclusão está em um artigo de
escolas de negócios americanas, publicado na edição atual do "Academy of
Management Journal".
Por
meio de um estudo de caso e um experimento, dois pesquisadores da McCombs
School of Business da Universidade de Texas em Austin, e um da University of
Southern California (USC), investigaram a relação entre a disposição de
gestores a valorizar as ideias dos subordinados e a percepção desses superiores
em relação a sua própria competência.
Os
resultados revelam o que muitos profissionais podem já ter percebido no dia a
dia: aqueles gestores com menos segurança nas próprias habilidades são mais
propensos a ignorar ou a vetar sugestões dos funcionários - independentemente
da qualidade da contribuição dada.
De
acordo com o coautor e professor de gestão da McCombs, Ethan Burris, enquanto a
maioria das pesquisas existentes foca as experiências dos funcionários, esse
estudo tentou identificar quais aspectos comportamentais dos chefes contribuem
para um ambiente no qual os colaboradores têm mais voz ativa. "Descobrimos
que algumas pessoas são mais capazes do que outras de aceitar feedback crítico,
especialmente sobre como o trabalho na equipe poderia melhorar", explica.
Em
um estudo de caso em uma multinacional de óleo e gás, gestores com baixo índice
de eficiência solicitaram a opinião dos funcionários com menos frequência. Já
em um experimento posterior, com 131 participantes, os professores perceberam
que chefes com esse perfil também tinham uma aversão maior a contribuições
espontâneas dos funcionários - resultando, inclusive, em avaliações negativas
de profissionais que se esforçavam para opinar e na pouca implementação das
contribuições oferecidas. Segundo os professores, essa atitude é uma espécie de
defesa do próprio ego.
Os
resultados, na prática, são equipes menos eficientes e funcionários menos
motivados, na opinião de Burris. "Recusar-se a prestar atenção nas ideias
dos empregados leva à frustração e ao aumento no turnover. Subordinados
expressam opiniões para tentar resolver problemas observados por eles. Quando
não conseguem fazer isso, provavelmente vão buscar oportunidades em outras
empresas", diz.
Para
o pesquisador, contudo, a solução não é investir no recrutamento e na promoção
de gestores mais confiantes, e sim na criação de uma cultura mais inclusiva e
menos baseada no medo - uma iniciativa que precisa vir de cima. "Se você
seleciona alguém muito confiante em todas as áreas, ela vai ser uma pessoa
bastante narcisista. Por outro lado, se os líderes criarem um ambiente onde as
pessoas se sintam confortáveis ao realizarem mudanças, os funcionários vão se
esforçar para procurar maneiras novas de melhorar o trabalho como um
todo", ressalta.
Valor
Econômico.
"Prevencionista, se você gostou, seja um
seguidor e compartilhe com seus amigos e um dia verá que essa atitude fez parte
da sua história”.
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