Qualidade de vida e custos trabalhistas: há relação?
Existem diferentes abordagens quando o assunto é
gestão de afastados, que podem ser tratadas pelas empresas de forma individual
ou em conjunto. Como se sabe, com o objetivo de incentivar as empresas a cuidar
da saúde de seus funcionários e diminuir o número de acidentes de trabalho -
minimizando, assim, os gastos com pagamentos de benefícios, a Previdência
Social utiliza o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).
Trata-se de uma taxa que interage diretamente no
valor que a empresa deve pagar referente à contribuição de Riscos Ambientais de
Trabalho (RAT). Ela divide ou multiplica esta contribuição - aumentando ou
diminuindo a despesa da empresa. E, sim, é possível trabalhar para diminuir o
FAP.
Vamos explicar do começo. Para ajudar a financiar
seus gastos com benefícios de trabalhadores afastados, aposentados por
invalidez e pensionistas, entre outros, a Previdência atribui a cada Código
Nacional de Atividade Econômica (CNAE) um fator de risco de varia de 1% a 3%
sobre a Folha de Pagamento, o RAT.
Trabalhar em um escritório certamente traz menos
riscos do que consertar antenas de transmissão no topo de um prédio - e é este
tipo de consideração que é levada em consideração.
A Previdência então criou uma espécie de
"bonificação" para as empresas com boas práticas: ela comparou as
companhias com mesmo CNAE e atribuiu uma taxa de FAP, que multiplica o RAT de 0,5 a 2. Ou seja, organizações que na comparação se
encontram com um menor número de afastados, com afastamentos menos graves, que
custam menos à Previdência podem receber um FAP de 0,5, dividindo o valor a ser
pago referente ao RAT pela metade. Pelo contrário, companhias com um alto
número de funcionários no INSS, podem ter o RAT multiplicado por 2, fazendo com
que a contribuição chegue até 6% da Folha.
Em uma empresa com alto risco (RAT = 3), de 1000
funcionários, com um salário médio de R$ 2.000 e FAP 2 teria que pagar um RAT
mensal de R$ 120 mil, valor que poderia cair para R$30 mil caso fosse avaliada
com FAP 0,5.
Mas como diminuir o FAP? A resposta é muito mais
simples do que se imagina. Graças a uma eficiente gestão de afastados, algumas
empresas brasileiras já conseguiram economizar milhões, que podem, inclusive,
ser reinvestidos na própria qualidade de vida dos funcionários - aumentando a
produtividade e, consequentemente, maximizando o lucro da companhia.
Existem diferentes abordagens quando o assunto é
gestão de afastados, que podem ser tratadas pelas empresas de forma individual
ou em conjunto. Primeiro, para os funcionários já afastados, a empresa precisa
olhar de perto este profissional, acompanhar seu tratamento, auxiliá-lo a
encontrar as melhores formas de recuperar sua saúde e voltar ao trabalho.
Outra maneira que traz resultados extremamente
positivos é identificar possíveis afastamentos futuros e tratar este
funcionário através de campanhas, médico da empresa, programas de saúde e
outras ferramentas. Já existem softwares capazes de mapear todos os dados
relativos à saúde dos funcionários, de atestados de falta a uso do plano de
saúde.
Um profissional que foi ao médico e fez uma
ressonância no punho pode ser um candidato a afastamento por tendinite e um
programa de fisioterapia prévio pode custar muito menos à empresa do que um
aumento no RAT.
Claro que um único caso não vai influenciar, mas
quando se analisam grandes populações através de ferramentas de Business
Intelligence e realiza-se um trabalho preventivo, isso com certeza faz
diferença.
Aliás, tais ferramentas ajudam também em uma
terceira forma de derrubar o FAP. Algumas doenças são intrínsecas a algumas
atividades: perda auditiva a locais de trabalho muito ruidosos, por exemplo, é
considerada acidente de trabalho, pesando mais na atribuição do FAP.
Com o histórico dos pacientes, o advogado e o
médico da empresa podem comprovar ao INSS se a doença não foi um acidente de
trabalho - e sim algo que ocorreu fora do ambiente profissional, diminuindo,
assim, o impacto do FAP.
Em resumo, investir em qualidade de vida com
inteligência é a proposta maior e já há um grande número de ferramentas para
ver e gerenciar isso claramente, ligando a saúde dos funcionários diretamente
às finanças da empresa, beneficiando amplamente pessoas físicas e jurídicas.
Empresas & Negócios.
“Prevencionista, se você gostou, seja um seguidor e
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história”.
Olá excelente blog sobre Segurança do Trabalho, estou agora acompanhando as notícias, também gostaria de convidar a conhecer o Total Qualidade um blog sobre ISO 9001 e negócios, convido vocês para uma parceria. Um forte abraço. Rigoni
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