Desempregado só terá benefício se fizer curso de capacitação.
O Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, quer vincular a
liberação do seguro-desemprego à realização, pelo trabalhador desempregado, de
um curso de capacitação profissional, seguindo modelo da Itália. A proposta
deve ser apresentada ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(Codefat), que administra o seguro.
"O seguro-desemprego é um benefício fundamental, mas
não pode ser estático ou incentivar a ociosidade. Esse modelo não só oferece
mais oportunidades a quem está desempregado, como também ajuda a prevenir
fraudes", afirmou Lupi, na segunda-feira, em reunião com empresários no
Rio Grande do Norte. As declarações do ministro foram confirmadas ontem por sua
assessoria, em Brasília.
A possibilidade de vincular o seguro-desemprego a um curso
de qualificação já vem sendo debatida internamente no ministério. Existem
dúvidas se é preciso alterar a lei que prevê a concessão do benefício.
Além disso, para inserir essa condição, o governo federal
terá de investir ainda mais em cursos de qualificação. A liberação de recursos
para cursos de qualificação já foi alvo de irregularidades nos Estados e nas
centrais sindicais. O dinheiro era desviado para outras finalidades.
Por enquanto, não há previsão para entrega da proposta ao
Codefat. Antes, o conselho precisa resolver outro problema: formalizar a saída
de quatro confederações patronais: da Agricultura (CNA), Indústria (CNI),
Comércio (CNC) e Sistema Financeiro (Consif) e escolher os seus substitutos.
Essas instituições renunciaram às vagas no conselho
porque, segundo elas, Lupi teria interferido na eleição do representante da
entidade que iria presidir o conselho. Para normalizar o funcionamento, o
Codefat precisa estar com a composição completa, ou seja, cinco representantes
de cada categoria - governo, empresários e trabalhadores. Hoje, a Confederação
Nacional de Serviços (CNS) ocupa a presidência.
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