CONTRACEPÇÃO AÇÃO CONTRA AQUECIMENTO GLOBAL
O controle de natalidade
seria a forma mais barata de se reduzir emissões de carbono no futuro -
exigindo quase um quinto dos custos de uma para tecnologias "verdes"
- segundo o relatório Fewer Emitters, Lower Emissions, Less Cost ("Menos
Emissores, emissões mais baixas, custo menor", em tradução livre), da
London School of Economics.
O estudo foi encomendado
pela organização não-governamental britânica Optimum Population Trust
(OPT), que defende a estabilização e redução gradual da população mundial e
deve ser distribuído às delegações que participarão da reunião das Nações
Unidas (ONU) sobre o clima. em Copenhague.
'Há 10 mil novos
emissores de carbono por hora, 1,5 milhão por dia, 80 milhões por ano'
O presidente da OPT, Roger
Martin, disse à BBC Brasil que as conclusões do estudo justificam a inclusão do
assunto controle de natalidade nas discussões da ONU sobre mudança climática.
Atualmente, o assunto nem sequer entra na agenda de negociações.
"A questão da população
está circulando há tempos. Todos (os negociadores) estão conscientes, na
hora do café, nos bastidores, de que é impossível ter uma redução radical nas
emissões de carbono acompanhada de um aumento radical no número de
emissores", afirmou.
'Tabu irracional'
Para o ex-diplomata
britânico, um dos fundadores da ONG que reúne ainda personalidades como o
naturalista Richard Attenborough e o cientista James Lovelock, entre outros, o
assunto só não é discutido oficialmente porque é "tabu".
Segundo a ONU, cerca de 40%
dos casos de gravidez no mundo são indesejados"Por motivos de um tabu
totalmente irracional, isso nunca é mencionado, nunca é abordado e, por isso,
há 10 mil novos emissores de carbono por hora, 1,5 milhão por dia, 80
milhões por ano."
Martin reconhece que os
maiores emissores são os moradores de países ricos, que "têm de reduzir o
seu consumo per capita", mas afirma que tanto ricos quanto pobres precisam
atacar de frente o problema populacional.
O documento é uma análise da
relação custo/benefício entre investimentos em métodos contraceptivos para
incentivar o planejamento familiar. De acordo com a ONU, cerca de 40% dos casos
de gravidez no mundo são indesejados.
Partindo dessa premissa, o
estudo da OPT calcula que até 2050, 34 gigatoneladas (bilhões de toneladas) de
emissões de dióxido de carbono (CO2) deixariam de ser emitidas no planeta, o
equivalente a quase seis anos de emissões atuais dos Estados Unidos e 60 anos
das emissões britânicas.
Preço por tonelada:
Na análise de custos,
chegou-se à conclusão de que cada US$ 7 investidos em controle de natalidade
nos próximos 40 anos, reduziriam as emissões globais de CO2 em mais de uma
tonelada.
Cada US$ 7 investidos em
controle de natalidade nos próximos 40 anos reduziriam as emissões globais de
CO2 em mais de uma tonelada.
A pesquisa compara a esse
valor o preço calculado por um estudo recente da consultoria McKinsey sobre o
custo da transição para uma chamada economia de baixo carbono, ou seja, baseada
em fontes de energia de baixas emissões, estimado em US$ 32 por tonelada (em
2020).
Neste cálculo entram todos
custos de implantação de fontes sustentáveis como turbinas eólicas, painéis
solares, energia geotérmica, carros elétricos e híbridos, instalação de
equipamentos para sequestro e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em
inglês) em usinas termoelétricas a carvão e biocombustíveis.
Já o cálculo do estudo da
OPT considera apenas o investimento necessário para atender a demanda não
atendida de cerca de 200 milhões de mulheres que engravidam indesejadamente
todo o ano.
O relatório cita um
levantamento da ONU, que afirma que se essas mulheres tivessem acesso a métodos
de contracepção, o número de partos no mundo cairia 72%, o que reduziria as
expectativas de população mundial em 2050 em meio bilhão de pessoas.
Com isso, destaca a OPT,
seriam vividos 12 bilhões de "anos-pessoa" (consumo de uma pessoa
durante um ano) a menos, reduzindo a estimativa das projeções atuais de 338
bilhões para 326 bilhões de anos - pessoa.
Pense Nisso!!!!
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